Uma discussão em uma comunidade - realmente - espírita no Facebook (espírita, não chiquista da FEB), me fez pensar em escrever um tópico falando sobre o esperanto. Apesar de não ter sido criada para o "Espiritismo" brasileiro (assim como o latim não foi criado para o Catolicismo), os seguidores da FEB e de Chico Xavier são os maiores difusores do esperanto, pelo menos no Brasil dos dias de hoje. Tal como o latim foi para os católicos, os pseudo-espíritas pretendem fazer o mesmo com o esperanto.
Não vou aqui me alongar sobre o que é o esperanto. Coloco a disposição este link para vocês conhecerem melhor sobre a língua. Vou me limitar aqui a falar da relação entre este idioma criado artificialmente e o Pseudo-Espiritismo, falando dos aspectos do esperanto que se relacionam com a forma deturpada de Espiritismo que é erroneamente difundida no Brasil.
Criada para facilitar a comunicação entre falantes de diferentes idiomas, o esperanto acabou se tornando personagem de um fantasioso dogma defendido pelos pseudo-espíritas que o tratam como idioma do futuro da humanidade.
Creem os pseudo-espíritas (os espíritas seguidores de fato de Kardec não acreditam nisso) que a humanidade terá uma única crença (o que eles entendem como o Espiritismo, na verdade o Espiritolicismo) e falará um só idioma, o esperanto, que eles acreditam não ser um idioma comum e sim uma verdadeira forma de confraternização universal em forma de linguagem. O fato do esperanto ter uma bandeira pode reforçar esta crença, acrescentando a ela a ideia de que a humanidade se reunirá em uma só ração.
Revistas, palestras e cursos dados por pseudo-espíritas tentam difundir o idioma pelo país, gerando um estigma errado de que o esperanto é a língua dos "espíritas" (obviamente se referindo aos pseudo-espíritas, seguidores de Chico Xavier, não de Kardec). Não é, embora os pseudo-espíritas sejam os mais interessados na difusão do idioma, por ele estar de acordo com a crença no falso procedimento de evolução planetária e espiritual.
A intenção de criar o esperanto foi boa. Mas ela não parece necessária, pois o inglês e o espanhol tem suprido bem a função de idiomas mundiais. Graças às religiões e ainda mais o Pseudo-Espiritismo, o esperanto acabou estigmatizada como língua de exotéricos, enfraquecendo sua função original.
Esquecido pelos laicos e estigmatizado como língua de místicos, o esperanto pode desaparecer definitivamente, após se tornar chacota feita por quem prefere um idioma mais objetivo e que não esteja ligado a nenhuma forma de crendice mística a defender um mundo que só existirá na imaginação de seus seguidores.
Seria o esperanto um idioma de um mundo fictício?