Há um lema nas religiões cristãs que pede para não julgar. Robson Pinheiro, médium que escreveu vários livros de relativo sucesso, resolveu ignorar esta máxima e escreveu livros que demonstram um ódio irresponsável anti-esquerda acusando de criminosos, sem análise, sem provas e sem ouvir o outro lado, políticos democráticos, mas alheios a suas convicções pessoais, numa atitude de fazer Jesus de Nazaré ficar com imensa vergonha.
Após escrever o verdadeiro lixo literário O Partido, na tentativa de "jogar na conta dos espíritos" a mentira infelizmente difundida e repetida, nos moldes do nazista Goebbels, que criminaliza os integrantes do Partido dos Trabalhadores e aliados. Este livro já foi o suficiente para dar a sua "contribuição divina" para estragar a reputação da esquerda e Pinheiro quis mais. Escreveu outro que sugere que o Foro de São Paulo, grupo que reúne os esquerdistas do estado, seja uma máfia.
Robson Pinheiro, além de demonstrar completo desconhecimento dos bastidores do sistema político (ué, mas a espiritualidade que o acompanha, não enxerga além da matéria?), comete uma atitude nada cristã. Aponta o dedo para os petistas, sem dar oportunidade de réplica, e diz: "você é criminoso porque sim e ponto final", sem ter provas, mas apenas convicções. Pinheiro deve ter encontrado no evangélico Dallagnol a sua alma gêmea, ambos cristãos que adoram desobedecer Jesus Cristo.
O autor comete uma grave ofensa a esquerdistas, além de demonstrar clara ignorância e se unir ao coro dos conservadores mais raivosos, oferecendo "embasamento espiritual" para a onda de rancor infantil e irresponsável contra o Socialismo, algo que foi defendido por Leon Denis, que enxergou afinidade entre ele e o Espiritismo, fato extremamente correto. Mas Robson Pinheiro deve estar preparando uma tese de que Leon Denis foi pago pelo PT para escrever os textos que originaram o livro Socialismo e Espiritismo.
Como todo conservador rancoroso, Pinheiro inverte o sentido do altruísta Socialismo e do sádico Capitalismo. Para ele, os capitalistas é que são os benfeitores e "responsáveis" pela "missão" de "regenerar o planeta". É, dá para ver como estamos regenerando. Regenerando tudo de ruim que havia nos tempos mais nebulosos do Medievalismo e do mais escravocrata Capitalismo colonial.
Mas Robson Pinheiro me trouxe um certo alívio por duas coisas:
1) seus livros estão restritos ao seu público alvo, de repercussão limitada. Mesmo os coxinhas que não seguem a doutrina ou a sua versão deturpada, não se interessariam por um livro religioso. Cairá no esquecimento.
2) Pinheiro acaba desmascarando as fantasias surreais de "suposta transformação planetária" da versão deturpada da doutrina, forma praticada no Brasil, administrada pela FEB e consagrada na figura de Chico Xavier, que como Pinheiro, era conservador e apoiou a ditadura na sua pior fase.
A versão deturpada do "Espiritismo", esta forma de Catolicismo híbrido que só se lembra de Allan Kardec na hora de se legitimar, vive anunciando que "entramos numa nova era", que "estamos em regeneração", que "os tempos são outros" além de outras sandices e muito blá-blá-blá. Chegam a essa conclusão através de dogmatismo e fé cega, ignorando os verdadeiros fatos da realidade e os detalhes importantes presentes nestes fatos.
Mas Pinheiro não deixa de estar coerente com a sua doutrina, já que ele é membro desta versão deturpada, cuja maioria dos seguidores é formada pelas elites que tem horror de ver pobres em posição de liderança, fazendo de tudo para que um loiro, branco, rico e graduado e com fala elegante, mesmo sendo mentiroso, corrupto e ganancioso, pudesse ocupar a presidência.
Não por acaso Pinheiro (ou seu "mentor", se considerarmos sua mediunidade legítima) batizou o benfeitor como "Miguel" numa corruptela do nome do atrapalhado presidente golpista Michel Temer, um irresponsável (punido pela justiça eleitoral) que não para de causar estragos com as decisões suas e de sua equipe de incompetentes.
Robson Pinheiro não conhece política e deveria parar de escrever livros desse tipo se ele quiser ser visto de forma séria até mesmo na versão deturpada do "Espiritismo", que é a que domina no Brasil. O verdadeiro Espiritismo (sem aspas) de Allan Kardec não oferece espaço para gente como Robson Pinheiro, um coxinha que inseriu o ódio na doutrina que se considera "de amor".
Se ele quiser vender os livros e ganhar muito dinheiro com eles (como fazem os "elevados" capitalistas que ele defende), que isso seja feito. Mas esquece ele que os fatos vão mostrar que ele e sua equipe espiritual de fascistas do passado estão errados e que os vilões do livro dele se mostrarão os verdadeiros heróis e vice-versa.
Mal sabe Pinheiro que a verdadeira quadrilha está do lado que ele apoia, pronta para dar o bote no momento da menor distração.