O golpe infelizmente foi instaurado e com ele um violento retrocesso que irá, sob pretexto abstrato de resolver a "crise e acabar com a corrupção", nos devolver problemas sanados há tempos. Mas pelo menos uma coisa boa serviu o governo golpista que começa a cometer seus abusos: tirar a máscara do que os brasileiros conhecem como "Espiritismo", classificada pelo sábio José Herculano Pires como "A Seita de Papalvos".
Rejeitando na prática a racionalidade kardeciana, embora a assuma da boca para fora, o "Espiritismo" brasileiro conseguiu se transformar em uma seita cristã igual as outras, com fé cega, dogmas absurdos e personalidades divinizadas que "nunca erram".
A falta de racionalidade no "Espiritismo" brasileiro é tanta que, diante da incerteza do governo sádico que se instala através de uma ditadura sem vergonha, lideranças "espíritas", ao invés de se reunirem para propor soluções prática para resolver os problemas do país, resolvem cruzar os braços, pedir aos outros que orem e autorizar a publicação de textos e mais textos estimulando o masoquismo presente na Teologia do Sofrimento defendida pela deturpação brasileira, mas recusada pela fonte original kardeciana.
Interessante como tem aumentado em blogs, jornais, livros e palestras em centros, textos pedindo para pessoas aguentarem o sofrimento, por pior que ele seja. Até uma cartilha vagabunda contra o suicídio - crime hediondo no dogmatismo "espírita" brasileiro - foi publicada. Fingindo ser a "doutrina da bondade", pratica a maldade de desejar que outros permaneçam presas em seu sofrimento.
É muito mais fácil para estas lideranças do que propor soluções. Solucionar problemas não é tarefa fácil: exige tempo, esforço intelectual e até dinheiro. As lideranças "espíritas" gananciosas e autoritárias como as lideranças de qualquer religião - seitas religiosas existem como forma de poder; se duvida, pergunte a Bancada Evangélica no congresso - acharam melhor lavar as mãos feito a lenda de Pôncio Pilatos e tirar o copro fora se limitando a posar de "intelectuais" a "sabiamente" aconselhar os outros a "se virar" se quiserem sair do sofrimento.
Com isso, além de deixar subentendido o apoio nunca assumido ao golpe de 2016 (lideranças "espíritas" haviam apoiado a ditadura militar de 1964-1985), o "Espiritismo"brasileiro tira a sua máscara de racionalidade e bondade e rompe definitivamente com a responsabilidade social que finge ser a sua base ideológica.
A cada dia que passa, o "Espiritismo" brasileiro se mostra uma verdadeira farsa. Resultado prático de uma "doutrina" que nunca se empenhou estudar as obras de Allan Kardec. Agora chupa que é de uva!