Como o fortalecimento do Espiritolicismo, forma deturpada do Espiritismo que é bem forte no Brasil, aparece uma discussão entre os vários seguidores da doutrina: existe vários tipos de Espiritismo?
Enquanto os seguidores fiéis a Kardec acusam os seguidores de Chico Xavier de místicos, os seguidores do médium mineiro acusam os seguidores que querem retomar as origens kardecianas de ortodoxos. A partir disso surge a discussão sobre a possibilidade do Espiritismo ter várias vertentes.
Jorge Murta até fez uma interessante postagem a respeito, que pode ser lida aqui. Mas mesmo com uma divisão muito bem explicada, afirmamos que a sugestão de Murta é somente uma hipótese. Espiritismo, na verdade só e somente o de Kardec.
Kardec, além de ter criado o termo que deu o nome a doutrina, estabeleceu um conjunto de teses confirmadas após muito estudo de material pesquisado através de muitas visitas a casas de médiuns, que eram somente tratados como objeto de estudo (não como líderes ou gurus como acontece no Brasil), muitas vezes tendo que viajar pagando do próprio bolso.
O que acontece no Brasil é uma má compreensão da doutrina, responsabilidade dos integrantes da FEB, católicos praticantes que achavam interessante a comunicação com os mortos e a defesa da reencarnação. Essa gororoba doutrinária resultante da indecisão entre largar ou não o Catolicismo para entrar na Doutrina Espírita é que tem favorecido a inserção de muitos enxertos que acabaram por confundir a todos, transformando aquilo que deveria ser ciência numa igreja tão dogmática quanto as outras.
E esse conjunto de enxertos católicos e místicos não pode ser considerado Espiritismo. Espiritismo só o que está contido nas obras de Kardec e o que se relacionar a estas obras. O resto é outra doutrina, outra religião, outra coisa estranha.