Pelo que verifiquei após ler as obras de Allan Kardec, a intenção dele e dos espíritos que participaram das pesquisas que resultou nas obras da chamada codificação seria a de criar uma ciência que estudasse o "mundo" espiritual e formas de matéria desconhecidas pelos terrenos e as múltiplas dimensões do universo.
Mas graças ao Espiritolicismo, ficou arraigada a ideia de que o Espiritismo era uma religião. Tão arraigado, que até mesmo os combatentes das deturpações colocadas pelo Espiritolicismo preferem não romper totalmente da ideia do Espiritismo como uma religião (no sentido de seita, igreja), desviando totalmente o foco e paralisando os estudos mais aprofundados.
E como é que ficamos? Já que o Espiritismo prefere ficar ocupado em "desenvolver o amor nos corações" e outras coisas que não são da competência de filosofias científicas, que tipo de disciplina herdaria a função de estudar os espíritos, os diferentes estados da matéria e as dimensões do espaço?
Sou leigo em ciências exatas. Mal consigo fazer continhas básicas de Matemática. Detesto decorar fórmulas e quando as decoro, me confundo na hora de aplicar. Mas pelo pouco que sei, me parece que a Física Quântica é que teria a missão recusada pelo "Espiritismo" de estudar as coisas relativas a tudo que não conhecemos como matéria.
Se eu estiver errado, estamos carentes de uma ciência que revele o "mundo" invisível como a microbiologia nos revelou os micro-organismos. Continuaremos a usar conceitos subjetivos e emocionais para tentar entender o "mundo" não-material, além de alimentar nosso repertório de informações com muitas suposições e ideias absurdas, dando-nos um conceito errado do que entenderíamos como a não-matéria.
Até que alguém se proponha a elucidar o Espiritismo e/ou usar outra doutrina cientifica para estudar a não-matéria, estamos ainda bem órfãos de um a ciência que estude isso. Até segunda ordem, continuemos com os "sagrados" duendes e "inquestionáveis" lendas e com a ingênua ideia de que a pieguice do subjetivo amor deva se sobrepor ao raciocínio.