Os "espíritas" brasileiros se consideram cristãos. Tanto isso é verdade que a versão praticada no Brasil pode ser conhecida como Espiritismo Cristão, para diferir do Kardecismo, que apresar de frequentemente bajulado, nada tem a ver com que é praticado pelos brasileiros.
As mensagens e dogmas acreditados pelos "espíritas" brasileiros seguem fielmente o mais catolizado Cristianismo, com todos os dogmas que se tem direito, só que acrescidos da palavra reencarnação de das ideias sobre vida pós-morte. Embora estranho se aplicado à realidade, a noção de vida pós-morte é bem dogmática, como se a dimensão espiritual fosse um misto de igreja e hospital.
Mesmo falando em ciência, "fé raciocinada", o que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" tem uma visão bem delirante do que seja o mundo espiritual, o que coloca a doutrina que deveria ser racional no mesmo patamar das outras seitas cristãs que usam a fé cega para construir e "confirmar" suas convicções.
E claro, se baseando na fé cega, certamente nunca poderia construir um mundo espiritual que fosse contra suas convicções igrejistas. Resultado: um mundo espiritual que agrada aos cristãos.
Agora o que me põe para pensar é o que uma doutrina que pretende ser para todos, por ser supostamente racional, pretende com o mundo espiritual dos não-cristãos. Eles serão obrigados a se converter após a morte?
Jesus só tem importância real dentro das seitas e doutrinas que tiveram como base o Cristianismo. Outras seitas, igrejas e doutrinas que não se basearam no Cristianismo, ou ignoram Jesus ou diminuem a sua importância. O mundo espiritual proposto pelos "espíritas" brasileiros certamente não diz nada aos seguidores que recusam o Cristianismo.
E os budistas, muçulmanos, hindus, como ficam? Suas divindades não serão respeitadas? E os ateus? Todos terão que aceitar o "céu" cristão, governado por uma divindade que eles não cultuam com características estranhas e normas que eles discordam?
Sinceramente o "Espiritismo" cristão está cada vez menos Kardequizado e mais igrejista mesmo! Uma colcha de retalhos católica que não dá para ser levada a sério por tantas contradições que possui.