Evidências mostram que sociedades mais evoluídas do planeta são menos religiosas. Embora os brasileiros considerem as religiões como "sinal de avanço", na verdade ela indica o oposto, pois pelas características, a religiosidade ajuda muito a travar a compreensão do mundo, desestimulando o desenvolvimento intelectual, consagrando absurdos e cultuando seres imaginários.
É claro que uma atitude que estimula a ilusão fanática, desestimulando o intelecto certamente trava qualquer sociedade. E ainda mais a brasileira que a cada ano entra em um processo intensivo de mediocrização intelecto-cultural que transforma o nosso povo em um bando de ingênuos que preferem fugir dos problemas do que resolvê-los, deixando o Brasil na pior por séculos.
As religiões na verdade não passam de mitologias. Se fossem vistas apenas como entretenimento, elas não fariam nenhum mal. Mas o problema é que os dogmas religiosos representam a realidade para quem acredita. Uma realidade que para eles, não precisa ser provada. E aos poucos muitos absurdos vão se tornando "verdades" absolutas difíceis de serem eliminadas.
E para piorar, algo interessante acontece no Brasil por causa das religiões. Interessante e danoso. Graças às religiões e a aversão que o brasileiro tem por tudo que é intelectual, várias pessoas passam a usar a fé não apenas nos assuntos religiosos como também nos laicos. Muitas das convicções típicas dos brasileiros não são adquiridas com base na lógica e sim na confiança de quem lançou tal ideia, seja um líder, celebridade ou a tradição social defendida pela maioria dos cidadãos comuns.
Isso permite que até mesmo fora das religiões, absurdos sejam aceitos e defendidos com incrível insistência. Já vi inúmeros exemplos de pessoas defendendo ideias sem pé nem cabeça com a mais absoluta naturalidade. E o pior que quando aparece alguém mais sensato para contradizê-los esses tolos se revoltam, só porque o absurdo no qual acreditam está tradicionalmente arraigado na opinião publica. E tudo isso graças a religiosidade, que consagrou como "qualidade maior" do brasileiro a credulidade que eles dão o curto, mas bonito nome de "fé".
E justamente essa credulidade estimulada pelas religiões contribui muito para que sociedades permaneçam no mais absoluto e crônico atraso. Tão crônico que o desenvolvimento social só poderá iniciar com a eliminação de toda crença religiosa. Algo que é condenado pelas leis brasileiras que, apesar de laicas, protegem a fé religiosa e a insenta de tributos, favoirecendo esse carnaval de fé mercenária que vemos por aí.
Vários fatores são favorecidos pela fé religiosa na hora de travar a evolução social:
- Transferência da responsabilidade de ação a seres imaginários e a líderes religiosos;
- Colocação do sentimentalismo e da credulidade no lugar do intelecto, este desprezado;
- Exploração de pessoas ingênuas por líderes religiosos;
- Consagração de ideias erradas, nascidas do não-raciocínio;
- Estimulo a passividade, a preguiça e ao medo de punições;
- Substituição do conceito ato/consequência pela tese de recompensa/punição;
- Confiança em seres imaginários ou em versões distorcidas de personalidades reais;
- Decisões equivocadas tomadas pelos fiéis em prol de crendices absurdas.
É claro que não há sociedade que consiga se evoluir com estes erros estimulados pela religiosidade. Se por um lado a religiosidade é útil para a cultura (como mera mitologia, nada além disso), quando utilizada na realidade cotidiana pode gerar imensas catástrofes, como acontece no Brasil, uma sociedade a cada ano mais emburrecida e tola, incapaz de resolver seus problemas e sequiosa por fugir dos problemas se escondendo de tolas ilusões transformadas em patrimônio pessoal, defendido teimosamente com todas as armas.
As sociedades evoluídas se desenvolvem sem a religião porque o laicismo e o ateísmo e outras formas de não-crença estimulam as pessoas a raciocinar, a lutar por conta própria pela sobrevivência e pelo bem estar, além de aumentar a auto-confiança, a auto-estima e o intelecto. Com isso, as sociedades se desenvolvem, sem esperar a ajuda dos mitos e líderes religiosos.
No outro lado, os países mais religiosos seguem trancafiados em suas ilusões, travando qualquer tipo de ilusão, prorrogando por muitos anos o subdesenvolvimento que transforma as "nações de Deus" em verdadeiros infernos do atraso sócio-econômico.