Os "espíritas" adoram dar palpites sobre reencarnações anteriores. É muito mais divertido do que estudar a sério a doutrina e aprender de forma segura, objetiva e racional a identificar espíritos. Já falaram muito que a maioria dos brasileiros é reencarnação de romanos do tempo de Jesus.
Inventaram também que as vítimas da boate da cidade de Santa Maria/RS eram de nazistas. Inventaram até que os "espíritas" brasileiros eram reencarnação de franceses só para puxar o saco de Kardec, ignorando que não há traços da personalidade francesa na maioria dos brasileiros.
Mas, seguindo a recomendação de Allan Kardec, identificando os espíritos pelas características de personalidade e pelas ideias defendidas, percebe-se que boa parte dos brasileiros na verdade é de espíritos norte-americanos dos anos 40 e 50, no auge do Macarthismo, a famosa "caça às bruxas comunistas". Por isso que o direitismo está em alta no Brasil, com direito até a uma "Bíblia" sobre o assunto, O Partido, do médium-celebridade Robson Pinheiro, ele mesmo um neo-macartista.
Joseph McCarthy foi um político que lançou a ideia da "caça às bruxas", baseando numa interpretação errada sobre as doutrinas de esquerda. Ao invés de observar a teoria lançada pelo livro O Capital, de Karl Marx e Frederich Engels, preferiu utilizar o sádico governo de Stalin e dos discípulos deste como "modelo" para desmoralizar Marx e as doutrinas de esquerda e fortalecer o Capitalismo, que ganancioso em sua essência, precisava se expandir ignorando qualquer tipo de limite.
Muitos norte-americanos, mal informados politicamente, se assustaram com os boatos e fez nascer um ódio contra as ideologias de esquerda. Com isso, surgiu uma absurda inversão de valores em que o cruel Capitalismo é tido como melhor que as originalmente altruístas ideologias de esquerda, estas tidas como "sádicas" graças a lideranças que abusaram em nome do Comunismo (como Stalin), sem seguir de fato mesmo usando em vão este nome para se promover.
Infelizmente, graças ao prestígio social dos boateiros, a inversão de valores se consagrou na opinião pública, o que acabou demonizando os ideais de esquerda, fortalecendo uma direita que, favorecida, encontra um caminho livre para seus abusos e atrocidades que eternizam os problemas e injustiças que estamos cansados de conhecer.
E observando a semelhança entre os EUA de McCarthy e o Brasil atual, não hesitamos em aformar que os velhos macartistas estão de volta, agora como brasileiros "incomodados". O "combate a corrupção" é só papo furado, que esconde a verdadeira intenção de elitizar todos os postos de liderança política e econômica, além de eliminar qualquer tipo de limitação para que as elites possam abusar a vontade, sob a desculpa esfarrapada de que "sabem mais do que todo mundo".
Observando caráter e intenções, concluímos que os velhos macartistas voltaram para reencarnar no Brasil e impedir que o país cresça para que a hegemonia dos EUA, um país muito parecido com o nosso, nunca seja ameaçada, preservando a vocação de país submisso, mas que garante boa vida a uma elite conservadora, preguiçosa, resmungona e preconceituosa. Esta elite que representa o Macartismo redivivo tupiniquim.
