As religiões vivem glamorizando a dor. Para elas a dor purifica a alma. Mas vá dizer isso a alguém no mais doloroso sofrimento. Dor nunca é algo agradável.
Na verdade, a dor é um alerta de que algo está errado. Dor nenhuma é benéfica. O que purifica é a tentativa de sair dela. A dor impulsiona porque é os omentos que queremos livrar dela é que buscamos as soluções que irão eliminá-la. E esta mesma busca nos ajuda a desenvolver qualidades e aptidões. O mesmo se dá com a desigualdade das riquezas.
Na onda de neodireitismo que é cada vez mais comum nas edes sociais devido ás decepções cada vez mais crescentes com os governos petistas, tidos erroneamente como "autenticamente socialistas", vários espíritas estão usando o capitulo que fala das desigualdades das riquezas para defender o Capitalismo e ideais de direita, todos avessos à caridade e ao altruísmo, defendendo que o bem estar deve pertencer a uma minoria que - supostamente - luta por ele.
Se esquecem esses espíritas que o Espiritismo autenticamente kardeciano tem como lema principal "fora da caridade não há salvação". Das duas uma: ou os espíritas de direita não querem ser salvos ou caridade para eles é dar esmolas, sustentar ONGs fajutas ou pagar mísero salário mínimo a empregados, com valores que não permitem a dignidade e a satisfação das necessidades mais básicas.
Para estes espíritas de direita, legal mesmo é competir, é chutar o concorrente para longe e pegar todo o lucro que estiver ao alcance e tomar para si, gastando com bobagens supérfluas daquelas que todo rico considera prioritárias.
Se o outro não possui o necessário, morrendo de fome, foi por preguiça. Certamente a "preguiça" de não se adequar as exigências absurdas feitas pelo cada vez mais ganancioso mercado de trabalho, cujas regras são feitas pelos mesmos "vencedores" que passam por cima dos concorrentes. Se Dick Vigarista existisse na realidade, seria um capitalista e sus planos esdrúxulos sempre dariam certo.
Idiotice de direita! Na verdade o que Kardec quis dizer é que a desigualdade das riquezas, como uma causa de sofrimento, serve para impulsionar os menos afortunados a lutarem por melhores condições. Desigualdade de riquezas é sinal claro de ganância e egoísmo, defeitos graves - pais de outros muitos defeitos humanos - e consequentemente uma prova de que ainda estamos bem atrasados na evolução, ainda incapazes de saber viver com outros seres humanos.
Essa forma de pensamento direitista coincide com uma época em que amamos cada vez menos as outras pessoas, referindo colocar objetos, animais, divindades e até times de futebol no lugar de pessoas para colocarmos o nosso afeto. Estamos cada vez mais desconfiados e exigentes com os outros, se revoltando a menor discordância.
Obviamente, este clima de desconfiança mútua e insensibilidade burra favorece que uma ideologia política que desvaloriza pessoas em prol do lucro financeiro, se importando mais com a sobrevivência de empresas de de pessoas, seja cada vez mais valorizada, indo totalmente contra o que o verdadeiro Espiritismo não cansa de nos ensinar: que estamos aqui para aprendermos a nos tolerar e a nos ajudar, atitudes básicas que constroem aquilo que chamamos verdadeiramente de caridade.
Se fora da caridade não há salvação, sinto dizer que vocês, capitalistas, não estarão salvos. Voltarão em condições de miséria para conhecerem aquilo que vocês não conseguem entender.
Mas não se preocupem. Sociedades mais desenvolvidas estão tentando resolver a problemática da má distribuição de renda. Brasileiros, membros de um povo egoísta, imaturo e ignorante, irão resolver em um futuro bem remoto. Pois somente mentes atrasadas e irracionais conseguem ver evolução no animalesco ato de impedir o acesso de outras pessoas ao mais básico bem estar social.