Como sabemos, Leonard Nimoy nos deixou ontem, partindo para outra dimensão. Legiões de fãs ficaram tristes, pois apesar de consagrado por interpretar um personagem frio e sem humor, na vida real era uma pessoa fabulosa e adorável.
Eu, particularmente, fiquei mesmo bem triste, pois Star Trek marcou muito a minha infância e não só gostava de Senhor Spock como também de Nimoy, grande ator e grande ser humano.
Nimoy era uma pessoa que gostava de seres humanos. Gostava da vida. Poeta e fotógrafo, levou para a sua vida cotidiana uma sensibilidade ímpar que o ajudou a se tornar uma pessoa cada vez melhor e atrair não apenas mais fãs, mas também mais amigos. Nimoy tinha muitos amigos. Muitos de seus amigos eram seus fãs. Muitos de seus fãs eram seus amigos.
Mesmo idoso, Nimoy viveu como jovem. Seus amigos eram jovens. Quanto mais envelhecia, mais o seu círculo social rejuvenescia. Como um Dorian Gray moderno, Spock envelhecia para que Nimoy pudesse permanecer jovem.
Ontem, Nimoy se despediu do planeta Terra. Ele não morreu. Ele nunca morrera. Assim como Spock, a Vida é o sobrenome de Nimoy. Talvez ele não seja terreno. Talvez ele seja mesmo volcano.
Nimoy não morreu. Apenas retornou ao seu planeta Volcano, após 83 prazerosos anos entre os terráqueos. Na manhã de 27/02/2015, uma nave volcana veio para levá-lo. Tranquilamente, Spock se apresentou para a nave-mãe e decidiu partir. Mas não sem antes se despedir dos terráqueos com sua tradicional sabedoria:
"A vida é como um jardim. Momentos perfeitos podem existir, mas não ser preservados, exceto na memória. LLAP, ".*
Obrigado por tudo, Spock. Sabemos que podemos ainda lhe desejar vida longa e próspera. Há muito mais vida lá fora.
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* LLAP - Long life and prosper: Vida longa e próspera.